_ (Calma cara, foco no que você veio fazer.)
_ Oiii. Já estava com saudades de conversar contigo.
_ (Isso, um direto de direita logo no primeiro assalto.) Poxa, eu também. Seus horários é que são apertados.
_ Então, me conta o que tanto queria falar.
_ Ah, é. Bom, vamos direto ao assunto então. Para uma amizade funcionar precisamos de reciprocidade. Como eu confio em ti e espero que confie em mim. Mas não dá muito certo quando...
_ Oim. Ó ti bunitinho os cachorrinhos brincando na grama!
_ Pô, legal né. Mas, como eu estava falando, nosso caso é diferente, você me quer como amigo e eu não sinto exatamente isso. Eu gostaria tocar seu cabelo, sentir seu rosto junto ao meu e...
_ Mas num dá uma vontade de ir lá brincar com eles, se jogar sem se importar com mais nada?!
_ É verdade, dá até um sorriso no rosto só de observá-los. Ouviu algo do que eu disse?
_ Se eu pudesse levava todos comigo!
Agora já está inclinada para frente com a palma das mãos nas bochechas e os cotovelos nas coxas. Seu dorso forma uma depressão que me faz pensar em ângulos côncavos e convexos para digressão de pensamentos que não queria. Ela é má, tem um sorriso lindo e olhos inquietos, porém nada é tão importante de se frisar quanto sua personalidade malvada. Aparece em minha cela inconstantemente com o intuito de me alimentar o suficiente para manter-me vivo. Se não fosse tão graciosa.