
A sensação de posse, o prazer da posse, o sentimento "posse". Isto está difuso por toda a sociedade desde seus primórdios e em todas as situações, mas discurso sobre esse sentimento relacionado à afetividade.
Quando criança ouve: não pode, não deve, não é teu, é teu, é meu, me dê, tome. E é quando criança que entendemos, mesmo que inconscientemente, como funciona a sociedade em que iremos viver e pronomes possessivos estão bem espalhados, mas também podemos aprender a pensar.
Meu tio, meu pai, minha casa, minha família, minha esposa, meu cão, minhas roupas e este céu todo de deus. Tudo tem que pertencem a alguém, até mesmo todas as terras, se não estão cercadas aparentemente é por que pertencem ao Estado e ele cerca todas elas sem usar de arame, pregos e vigas de madeira.
Quem tem é o detentor daquilo, e ninguém mais é, nada mais incomum do que ver benevolência no bem querer comum, onde algo pertence a mais de uma pessoa, ficamos maravilhados e comovidos com situações assim. É imprescindível perceber como seria estranhos aos olhos da sociedade onde vivo cinco pessoas diferentes, de famílias diferentes, com passados diferentes, fiéis em pensamentos diferentes e com profissões diferentes possam viver harmoniosamente em conjunto apenas visando o bem comum. Elas necessitariam de posses, seus objetos, suas privacidades, suas intimidades, suas singularidades e isso arruinaria qualquer associação entre elas.