Jornadas de trabalho de 36 horas, nem no tempo da revolução industrial homens trabalhavam tanto. Quero parar e pensar, avaliar, colocar na ponta do lápis o que estou mesmo ganhando com isto. Em um dia normal dedico 12 horas ao meu trabalho, pessoas que trabalham tanto e ganham tão pouco como eu não devem estar contentes.
Eu não conheço o resto do mundo, quando era adolescente e queria dinheiro fazia algum bico, perturbava alguém para que me deixa-se trabalhar por dinheiro. Lembro de como o gerente daquele supermercado ficou perturbado comigo, eu queria tanto que ele me deixa-se trabalhar que ele deixou, o que me pagava era pouco mais que meio salário mínimo por mês na época sem direito nenhum, mas eu queria o dinheiro e me matava de trabalhar, os outros tinham emprego e eu tinha então que me esforçar mais para tentar continuar ali. Já trabalhei de boy também, trabalhava de dia, estudava a noite, não, ia para escola apenas para dormir mesmo, não estudei nada nesta época.
Com um dinheiro que cheguei a juntar fui num mercado e gastei tudo em produtos de limpeza de carros, sai no bairro de porta em porta onde a garagem tinha um carro e pedia para lavar por dinheiro. A idéia era até bem intencionada, eu percebi que tinha muitas pessoas que tinham carros sujos mas não queriam lavar nem levar a um lava-carros, percebi também que ninguém queria pagar para que lavassem seus carros. Até que consegui lucro com isto, chamei um amigo para me ajudar, lembrando que eu não sabia nada sobre lavar carros.Mas não deu certo, ele desistiu e eu guardei o dinheiro que ganhei. Comprei panos de prato.
Com os panos de prato foi diferente, eu só tinha que oferecer e não executar algum trabalho. Comprei muitos numa loja que vende apenas panos de prato e sai de casa em casa nos bairros mais distantes. Fui bem cedo, antes da hora do almoço e vendi alguns, mas o amigo que tinha chamado desta vez não estava muito empolgado, isso desanimou minhas vendas, que não estavam indo tão ruim assim. Uma mulher para quem eu ofereci quis me oferecer os panos de prato que ela fazia em casa e eram cinco vezes mais caros.
Sou filho de professora de primário, escola pública, aposentada. Minha mãe nem tem faculdade, ela não ganha muito mas dava bem para nos sustentar. Sem conseguir outro emprego nem outro idéia genial de como ganhar o pão eu bolei um outro tipo de negócio, com ponto fixo e investimento maior.
Com empréstimos nos bancos, muita coragem e cara de pau montei o meu negócio. No início não ganhava nada, alguns meses depois eu tinha que almoçar atendendo as pessoas. O lugar era pequeno e não cabia muitas pessoas ao mesmo tempo, então comecei a marcar hora para virem mas isso não resultou bem, ninguém gosta de ouvir que tem que voltar daqui a cinco horas para algo que quer naquele momento, então apenas comprei mais cadeiras e deixei correr. Pensei em colocar um barzim, algumas garçonetes, vender bebidas e petiscos, colocar um segurança na entrada, mas minha LAN-House teria fim com minha entrada no exército.
Meu primeiro pagamento lá foi de R$207, fora uns 70 de descontos, um quinto do que eu estava acostumado a ganhar não pagava metade do que eu tinha que pagar de empréstimos além de ser doloroso perder toda a clientela que conquistei. Meu patrimônio adquirido, que tinha duplicado ao longo da vida da minha mini-micro-empresa se esvairia em dívidas e eu não conseguia fazer nada.
Hoje ganho mal, durmo mal, tenho muito stress onde trabalho, me sinto muitas vezes humilhado, reduzido e não gosto do que faço, mas parece que o velho cão do mar que embarcaria em qualquer jangada já não é tão audaz, então quieto aguardo, a tantos meses, que está dor nas costas pare de me incomodar.
Eu não conheço o resto do mundo, quando era adolescente e queria dinheiro fazia algum bico, perturbava alguém para que me deixa-se trabalhar por dinheiro. Lembro de como o gerente daquele supermercado ficou perturbado comigo, eu queria tanto que ele me deixa-se trabalhar que ele deixou, o que me pagava era pouco mais que meio salário mínimo por mês na época sem direito nenhum, mas eu queria o dinheiro e me matava de trabalhar, os outros tinham emprego e eu tinha então que me esforçar mais para tentar continuar ali. Já trabalhei de boy também, trabalhava de dia, estudava a noite, não, ia para escola apenas para dormir mesmo, não estudei nada nesta época.
Com um dinheiro que cheguei a juntar fui num mercado e gastei tudo em produtos de limpeza de carros, sai no bairro de porta em porta onde a garagem tinha um carro e pedia para lavar por dinheiro. A idéia era até bem intencionada, eu percebi que tinha muitas pessoas que tinham carros sujos mas não queriam lavar nem levar a um lava-carros, percebi também que ninguém queria pagar para que lavassem seus carros. Até que consegui lucro com isto, chamei um amigo para me ajudar, lembrando que eu não sabia nada sobre lavar carros.Mas não deu certo, ele desistiu e eu guardei o dinheiro que ganhei. Comprei panos de prato.
Com os panos de prato foi diferente, eu só tinha que oferecer e não executar algum trabalho. Comprei muitos numa loja que vende apenas panos de prato e sai de casa em casa nos bairros mais distantes. Fui bem cedo, antes da hora do almoço e vendi alguns, mas o amigo que tinha chamado desta vez não estava muito empolgado, isso desanimou minhas vendas, que não estavam indo tão ruim assim. Uma mulher para quem eu ofereci quis me oferecer os panos de prato que ela fazia em casa e eram cinco vezes mais caros.
Sou filho de professora de primário, escola pública, aposentada. Minha mãe nem tem faculdade, ela não ganha muito mas dava bem para nos sustentar. Sem conseguir outro emprego nem outro idéia genial de como ganhar o pão eu bolei um outro tipo de negócio, com ponto fixo e investimento maior.
Com empréstimos nos bancos, muita coragem e cara de pau montei o meu negócio. No início não ganhava nada, alguns meses depois eu tinha que almoçar atendendo as pessoas. O lugar era pequeno e não cabia muitas pessoas ao mesmo tempo, então comecei a marcar hora para virem mas isso não resultou bem, ninguém gosta de ouvir que tem que voltar daqui a cinco horas para algo que quer naquele momento, então apenas comprei mais cadeiras e deixei correr. Pensei em colocar um barzim, algumas garçonetes, vender bebidas e petiscos, colocar um segurança na entrada, mas minha LAN-House teria fim com minha entrada no exército.
Meu primeiro pagamento lá foi de R$207, fora uns 70 de descontos, um quinto do que eu estava acostumado a ganhar não pagava metade do que eu tinha que pagar de empréstimos além de ser doloroso perder toda a clientela que conquistei. Meu patrimônio adquirido, que tinha duplicado ao longo da vida da minha mini-micro-empresa se esvairia em dívidas e eu não conseguia fazer nada.
Hoje ganho mal, durmo mal, tenho muito stress onde trabalho, me sinto muitas vezes humilhado, reduzido e não gosto do que faço, mas parece que o velho cão do mar que embarcaria em qualquer jangada já não é tão audaz, então quieto aguardo, a tantos meses, que está dor nas costas pare de me incomodar.
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