Um espetinho de carne, suco artificial de morango que se faz com leite, lasanha com bacon ou correr ao redor do lago. Certo que gasto mais tempo escolhendo o que vou fazer do que propriamente fazendo.
Tudo tem que ser analisado meticulosamente, não é tão simples atravessar a rua - com exageros aqui - mas se paro e reflito vejo que não é tão importante bolonhesa ou queijo, é apenas lasanha. Isto trata-se de escolhas, as que tanto tenho e nada queria, pois não minto quando digo que tenho demais, tenho escolhas demais.
Olhei para o meu blog e vi que há explicação demais. Gosto de tudo implícito, entre linhas, de não saber o final do filme antes dos últimos cinco minutos, mas vejo que gosto de algo diferente de mim. Falo demais com as pessoas, explico enfadonhamente o mesmo assunto, uso metáforas cotidianamente, busco exemplos, exagero para deixar mais claro, talvez sem êxito, e acabo mantenho tudo isso no campo das ideias - minha gaveta de meias e cuecas não refletem esta burocracia e a roupa que uso é a primeira que minha mão alcança.
Lendo o parágrafo anterior reparei em outro detalhe, a necessidade de catalogar. Ou algo é ou não é, e aquele estudo todo sobre a psicologia humana e sua infinita variedade cai para dentro de caixas lacradas com tarjetas coloridas com a letra inicial em negrito e caixa alta. Uma das minhas frustrações é a de me dissecar, me explicar convincentemente e encaixar entre dois livros na estante - dizer que aquele ali já li, compreendi e não mais mudará - como um manual velho de uma calculadora com poucas funções.
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