Tenho
a obrigação de ser feliz. Eu leio, eu vejo, escuto dizerem tantas
coisas a respeito, converso, medito, busco em pequisas1,
reflito novamente. É-nos comum citar momentos como o sexo e outras
sensações de alívio - busquei aquela pirâmide de Maslow2
para me ajudar - que deveria ser a definição de felicidade, mas eu
nem sempre fico feliz com sexo, ao me alimentar, estando simplesmente
em casa abrigado, praticando exercícios físicos, estudando, ter um
emprego estável e uma remuneração - que não atende minhas
expectativas mas me convence ser mais do que mereço.
Pesquisando felicidade na internet encontrei
receitas de como emagrecer, pedidos de ajuda para ONGs e várias
fotos de pessoas sorrindo. Anúncio com aparelhos orto-odontológicos
transparentes e de carros no canto direito e nenhum escritório.
Pelo
método científico de busca não encontro a conclusão de que alguma
destas atividades me trás a definição de felicidade, o que sinto
não é o inverso quando a situação o é. Acredito que alívio foi
o que já experimentei em situações adversas a estas: deixar de me
alimentar; abandonar um emprego estável e bem remunerado; abdicar da
moradia pela insegurança imprevisível; deixar de ter uma relação
sexual. No momento em que definir algo como felicidade, espero eu,
encontrar algo em que o contraditório não possa ensejar algo
positivo3
- caso contrário o oposto de felicidade poderia ser benéfico e a
felicidade perderia teu brilho imaculado.
Teorizando
ou vivenciando e não tendo encontrado eu senti o medo de uma
patologia4
(vou parar de ler sobre Dr. House5,
isso pois acho que ler é uma boa alternativa a ficar preso
assistindo os episódios), e como a psiquiatria, impondo-me medo,
discursa, a negação pode ser uma etapa à qual me encontro6.
Queria
ter a oportunidade de abdicar à felicidade. Sei que recusar a
própria liberdade, algo tão inerente à qualidade de humano, é
necessário para ganhar a medalha de cidadão - e que Rousseau
poderia enquadrar este ato como inválido7.
Como os escravos recém libertos eram retratados, nos livros
acadêmicos que fora outrora obrigado a decorar, eu me vejo perdido
em meio a esta felicidade, sem utilidade prática.
E até enganado,
no momento em que revejo a falsa sensação de existência da
liberdade (se hoje sou oprimido como todo proletariado em estado
natural sem relações sociais eu poderia ter o azar de ser
perseguido por hienas famintas, ou poderia nascer burguês assim como
em estado natural viver em campos tranquilos avizinhados de copas
coloridas em um ambiente digno de um trabalho de arte
campesino/pueril), então teria uma falsa sensação da existência
da felicidade, causando uma gravidez psicológica ou uma amputação
psicológica – nos casos de tê-la ou não presente em minha vida.
Estou
certo de que precisamos acreditar em motivações, uma ordem
invisível que rege tudo, que punirá os maus, abençoará os bons,
seja está o carma,
a religião, o
destino ou outra lei
qualquer mas que há também a possibilidade de vivermos sem estas
crenças – neste momento penso em Monty Hall8 e na incerteza do que proponho.
Racionalizando, infelizmente, a minha crença
em que as leis de Newton não se aplicam à sociologia9.
Um
ícone, como o coração é para o amor a origem, como o paraíso ou
qualquer similar é para a vida a recompensa, como para a vida é o
sentido. Tem que ter um, tem que ser bom.
1http://papodehomem.com.br/felicidade-e-fazer-sexo-infelicidade-e-ficar-no-computador/ - O artigo comenta uma pesquisa sobre felicidade. Comentários de terceiros e suas respectivas visões sobre o assunto foram igualmente úteis para compreensão.
2Hierarquia de necessidades de Abraham Maslow.
3POPPER, K. A Lógica da Pesquisa Científica. São Paulo: Cultrix, 2007. - Ou pesquisar sobre Falseabilidade em Métodos Científicos.
4http://pt.wikipedia.org/wiki/Distimia - Distimia é para comer o que depressão nervosa é para obesidade.
5http://psiquiatriaetoxicodependencia.blogspot.com.br/2009/11/dr-house-e-psiquiatria.html - Um sitio, que tem como tema psiquiatria e toxicodependência, analisa parte do seriado House M.D. em que a personagem sai do papel cujo qual lhe é comumente atribuído e passa para o estado de paciente.
6http://moranapsicologia.blogspot.com.br/2006/07/macanismos-de-defesa-psicanlise-iv.html - Negação como mecanismo de auto-defesa, acerca de Psicanálise.
7Rousseau, Jean-Jacques, Do Contrato Social, Livro I, IV – Da escravidão. O livro discursa sobre a sociedade em uma análise à relação de poder entre os envolvidos. Passagem buscada para o texto: "Renunciar à própria liberdade é o mesmo que renunciar à qualidade de homem, aos direitos da Humanidade, inclusive aos seus deveres [...]".
8https://pt.wikipedia.org/wiki/Problema_de_Monty_Hall - É uma explicação sobre como analisamos inicialmente probabilidades.
9Terceira lei de Newton: “A toda ação há sempre uma reação oposta[...]”.
2Hierarquia de necessidades de Abraham Maslow.
3POPPER, K. A Lógica da Pesquisa Científica. São Paulo: Cultrix, 2007. - Ou pesquisar sobre Falseabilidade em Métodos Científicos.
4http://pt.wikipedia.org/wiki/Distimia - Distimia é para comer o que depressão nervosa é para obesidade.
5http://psiquiatriaetoxicodependencia.blogspot.com.br/2009/11/dr-house-e-psiquiatria.html - Um sitio, que tem como tema psiquiatria e toxicodependência, analisa parte do seriado House M.D. em que a personagem sai do papel cujo qual lhe é comumente atribuído e passa para o estado de paciente.
6http://moranapsicologia.blogspot.com.br/2006/07/macanismos-de-defesa-psicanlise-iv.html - Negação como mecanismo de auto-defesa, acerca de Psicanálise.
7Rousseau, Jean-Jacques, Do Contrato Social, Livro I, IV – Da escravidão. O livro discursa sobre a sociedade em uma análise à relação de poder entre os envolvidos. Passagem buscada para o texto: "Renunciar à própria liberdade é o mesmo que renunciar à qualidade de homem, aos direitos da Humanidade, inclusive aos seus deveres [...]".
8https://pt.wikipedia.org/wiki/Problema_de_Monty_Hall - É uma explicação sobre como analisamos inicialmente probabilidades.
9Terceira lei de Newton: “A toda ação há sempre uma reação oposta[...]”.
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