Só para dizer que estou atento a algo além do meu lindo umbigo resolvi deixar público uma troca de opiniões entre mim e o meu Professor de História do Brasil Contemporâneo (ou algo assim). Ele enviou para o email da minha sala um arquivo que converti em pdf e disponibilizei neste link uma versão de compreensão do projeto. Como eu sou um cara abusado resolvi enviar-lhe uma outra versão, claro que vou mostrar aqui também. Chegamos a nos falar depois destas duas versões expostas em no final de uma aula, mas ele estava com pressa e parecia discussão de torcedores de time de futebol...
Segue então:
"Discordo plenamente dos argumentos apresentados. Weissheimer me parece, com a ajuda de outros revoltados com o "flerte do projeto com o fascismo", contrário a ideia de que todo político é ruim e que isso pode ferir a "democracia". Mas a qual democracia estamos falando? Eu sou bem passivo em relações políticas mas não gosto de ter minha inteligência insultada.
A partir do ponto em que aprendi a diferença entre democracia e aristocracia nunca entendi nosso regime político como democrático. E vejo com desprezo todo aquele que tenta defender "nossa democracia". Para mim todo político é a expressão da elite, o braço burocrático dos mais fortes sobre os mais fracos. Juntamente com os exércitos e a polícia todos eles impedem que exista de fato uma democracia.
Eu não vou pedir utopicamente que venham a mim perguntar minha opinião sobre todas as decisões a serem tomadas, mas eu deveria ter o direito de contestar a todas. Acredito sim, como o administrador que quero ser, que quem tem o conhecimento específico em determinada área tem mais peso em sua opinião, mas não deve ser um ditador em respeito a ela. Então se tomam decisões sem o meu consentimento, seja na FECEA, no meu emprego, na minha casa ou na macro sociedade onde vivo não existe democracia.
A democracia morre nas mãos de quem toma decisões coletivas, seja ele um político declarado, um fascista, um sindicalista ou um líder de sala da faculdade. Decisões tomadas em salas fechadas com representantes de qualquer grupo que seja nunca serão fração de democracia. Eu consigo ver democracia em alguém tentando apresentar argumentos convincentes, mesmo que seja sofismo, com todos concordando ou não, definindo regras em prol da maioria, mas até mesmo na campanha eleitoral tudo é um monólogo. A questão do sofismo deveria ser superada com a educação, os romanos já estudavam dialética a milhares de anos atrás, a maioria do povo deste país sucumbem a argumentos frágeis milhares de anos depois.
Tenho 21 anos e sou civilmente capaz, como não posso decidir se quero ou não ir votar sem ter que me justificar, como sou obrigado a portar documento de identificação no meu bairro ou aceitar que quem deveria trabalhar para mim me trate com desprezo. Antes eu sentia vergonha do modo como era tratado apenas em estabelecimentos públicos, mas quando a demanda aumenta o setor privado também se dá ao luxo de ser seletista mesmo se tratando de vendas ou prestações de serviços às classes mais baixas. Deixo claro que não excluo da mesma "vala comum" destinadas a todos os políticos o direito dos funcionários públicos à segurança que têm em seus cargos.
De todos os lados a elite diretora de nossa sociedade toma decisões que atacam apenas outros nichos de elites, nada porém nos fazendo grande importância. Tento acompanhar apenas a título de conhecimento e evitar a grande alienação como assinar uma multa por andar com o braço para fora do carro em uma cidade como Apucarana. Não há como tomar partido entre aqueles que estão defendendo apenas os seus direitos e outros que estão fazendo o mesmo, nenhum deles defende o direito de todos.
Não vou me animar ou me desanimar com notícias de políticos ou os políticos disfarçados, leia-se sindicalistas. As nossas crianças ainda acreditam que o "regulamento interno da escola" é a lei máxima dentro daquela instituição, e estas mesmas crianças devem ter apanhado muito do alicerce da sociedade, leia-se família, para quando crescerem respeitarem todos os muros a sua volta."
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