Torque, a força das carroças

Quando falam sobre potência de um carro logo tendem a relacionar aos cavalos que o motor desenvolve e velocidade máxima. Mas já é bem chato andar de carro em uma cidade mal estruturada, com pouco fluxo e sem opções para trafegar. Chega a ser frustante assistir a vontade dos outros motoristas de frearem constantemente ou pararem para esperar o sinal amarelo ficar vermelho (entende-se que a maioria deles faz o trajeto na maioria dos dias úteis).
Então para que quero um carro que vá até 260 km/h? Para me divertir nas estradas esburacadas ou para aproveitar a pesada fiscalização das que estão em boa qualidade e cheias de pedágios?



Já saíram notícias suficientes constatando o porque os carros não vem ficando mais econômicos nos últimos anos, o como e porque os carros econômicos estaram ficando no passado e até no outro século, mas os carros de hoje ainda ter certa leveza garantida pelo abrangente plástico empregado. Acima dos pesados equipamentos de segurança tem carrocerias leves, motores com mais alumínio e rodas de liga. Então porque o tráfego escoa a menos de 30 km/h ainda? Correto que a frota não foi por toda renovada e a maioria dos que circulam não foram fabricados nos últimos quatro anos mas temos que nos focar mais em atualizar a peça atrás do volante.

Eu não fui criado com religião fervorosa, me ameaçaram com o inferno e blá, mas nunca tive nada como um bom argumento para me impor respeito às normas que ditavam, eram apenas obedecidas por medo mesmo. Então como vou obedecê-las quando não estiver ninguém me impondo medo?

Muitas pessoas não conhecem o código brasileiro de trânsito e a nossa malha rodoviária não é totalmente sinalizada, isso deveria nos levar a crer que nem todo pedestre sabe aonde cada veículo vai preferencialmente virar em cada esquina. Porque não usar a seta?

Nas poucas ocasiões onde é possível desfrutar de duas faixas para cada sentido seremos barrados por caminhões na pista da esquerda e um Uno na direita. E nas faixas simples, qual o motivo de dificultar que as motos tenham livre fluxo? Melhor seria se elas se enfileirassem uma a uma para aumentar o congestionamento ou que o serviço dos moto-taxistas fosse feito por carro para piorar as condições atuais? Por que não alinhar os carros deixando a passagem da esquerda (onde ninguém abre porta e fica mais longe dos pedestres) mesmo quando o tráfego está parado ou quando os veículos estão tendo que se locomover em baixa velocidade?

Para não dizer que vim apenas reclamar terá também uma pesquisa gratuita. Visite alguns sites, pesquisei na rede afora e organizei carros da Citroën, Fiat, Ford, GM, Honda, KIA, Peugeot, Renault, Toyota e VW. Não aparece todos os modelos pois os que compartilhavam as mesmas especificações técnicas referentes ao motor foram contados representados por apenas um deles, escolhidos aleatoriamente.

Toque - Rotação (No primeiro link estão organizados por torque e no segundo por rotação mas é o mesmo, para não ter que ficar organizando)

O que é possível notar com isto?

Torque Rotação Montadora Modelo
08,90 mgkf 3.000 rpm KIA Picanto 1.0
09,20 mkgf 2.500 rpm Fiat Uno Mille
09,30 mkgf 5.000 rpm Ford Ka 1.0
09,40 mkgf 4.250 rpm VW Gol G4
09,70 mkgf 3.850 rpm VW Gol 1.0
09,70 mkgf 5.200 rpm GM Celta 1.0
09,90 mkgf 3.850 rpm Fiat Uno 1.0
09,90 mkgf 4.500 rpm Fiat Palio 1.0

Aqui já é possível perceber que o anêmico Uno saiu da posição de segundo mais fraco e foi empurrar o Palio, aliás detalhe que o Palio vende mais que o Uno.
O Celta e o Ka continuam sendo os favoritos ao meu gosto pessoal, com sua faixa de torque nos 5.000 demoram mais para trocar de marcha, firme em subidas (em primeira ou segunda marcha, claro) e conseguindo apresentar velocidade nas retas.
O tão sempre elogiado Ka 1.6 ficará para sempre como referência em peso pena ligeiro de sua época, mas o 1.0 se mostra também bem diferente dos concorrentes. Na tabela de rotações é claro o seu destaque, onde carros 1.0 dividem posições com 2.0 importados.
O Gol de última geração ganhou força e diminui a rotação (isso é possível de se fazer sem mudar o motor, apenas na relação de marchas do carro). Não tenho o que falar dele, seria péssimo nisso, para mim ele só está acima do Mille.

Ao final da tabela as notícias que me deixaram surpreso:
  1. É que o projeto antigo e bem taxado do motor do Astra (motor GM 2.0) está próximo a outro modelos mais caros
  2. O Beetle é o mais fraco 2.0
  3. O Linea é o mais forte 1.8
  4. O modelo 2.0 com maior torque foi o Peugot 307

Sabemos que torque não é tudo, um projeto tem que ser avaliado em seu todo e outros fatores vão ser importantes no desempenho de cada carro, mas já que eu nunca passei do 150 km/h o meu jeito é mesmo avaliar torque, arrancada e retomadas.

Na tabela de rotação/torque é possível perceber quais carros tem sua relação de marchas reduzidas, como o Idea (para o motorista poder ficar "pulando marcha") e como o Golf Black Edition (para o motorista ter uma arrancada mais esportiva).
Agora a tabela não apresenta mais uma relação progressiva à cilindrada (tamanho do motor) e mostra mais como o motorista terá que viver com o carro.

  1. Rotação muito baixa vai provocar constantes mudanças de marchas, ou a sensação de poder "pular marchas"
  2. Rotação da faixa de torque mais alta poderão ajudar a diminuir o consumo e as trocas de marcha
  3. Rotação mais baixa vai aumentar o consumo e "empurrar" o carra mais rapidamente
  4. Rotações mais altas irão conduzir o veículo de forma mais progressiva, podendo gerar redução gastos com conbustível

Para finalizar vale lembrar que peso, suspensão, motorista, aerodinâmica e outros fatores serão bem relevantes, mas não tanto a 30 km/h.
Related Posts with Thumbnails

Nenhum comentário: