11 anos na Espanha

Durnte a terceira parte do meu retorno ao ninho hospitaleiro tive uma longa conversa com uma professora de espanhol no percurso São Paulo - Londrina, onde pude ficar pertubando ela sem nenhum receio, ela não tinha mesmo para onde correr.
Quando os passageiros estavam todos em seus lugares e o motorista já dava sinal de que iria partir eu ainda estava sem ninguém ao lado, então ela chegou. Estava alegre por já ter chegado tão longe que queria ficar falando com alguém.
Ela passou 11 anos no total de duas viagens no sul da Espanha, justamente quando engravidou e teve seu filho estava aqui no Brasil em um período entre as viagens.
Aqui professora e mulher de um médico mora em Londrina mas tem família em São Paulo. Estava lá por motivos religiosos, missão da igreja, ajudar os desviados a voltarem para os templos católicos.
Logo me interessei em perguntar várias diferenças entre lá e cá, desde carros, músicas até gastronomia e veículos. Sobre o foco dela lá e o que ela viu eu me interessei mais ainda, os pobres de lá são todos imigrantes, pobre que é de várias gerações espanhol ganha muito bem obrigado.
Esquecendo detalhes como o fato de por lá eles incentivarem a população a substituir carros usados por novos os comprando por bons preços e ainda ser possível ver pastores andando com ovelhas pelas ruas das cidade vamos nos concentrar nos pobres imigrantes.
Sou negro filho de descendentes de africanos com descendentes de portugueses e estes vieram se instalar nesse país a menos de quatro gerações então não posso me considerar tão nativo quanto os espanhóis que são espanhóis a trezentas gerações. Mas 99,8% desta população de patricios é composta por imigrantes de outros países de todos os cantos deste mundo sem longas raízes neste solo mas que já o adotaram como pátria durante pelo menos dois meses a cada quatro anos.
Olhando todos os fatos até aqui eu conclui que somos imigrantes pobres e sem ter para onde retornar, o caso dos Estados Unidos onde os imigrantes levantaram o país com sua mão de obra barata e da Europa Ocidental onde eles formam os guetos como os várias já expostos pela mídia na França. Somos aquelas pessoas sem condições de viver apenas sobrevivendo na esperança alimentada pelos poucos que conseguiram se destacar e ter uma vida digna, até lá vamos continuar sobrevivendo.
A todos compatriotas, que como eu, imigrantes sem direito a todos os benefícios estabelecidos pela constituição vigente, nem mesmo aqueles que descrevem a função do novos faz-me-rir salário mínimo, venho lembrá-los de que se não voltamos para onde viémos, tão ruim não está.
Para aqueles que nem ao menos sabem para onde voltar, se aventurem por países mais amigos, na mercosul onde podemos encontrar salários minimos de menos de $50 ou no outro continente a direita onde levam o ano todo para juntar isso se não gastarem nada.
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Um comentário:

Anônimo disse...

Político e engajado...militante...sou suspeita pra falar,mas acho que pouco ou melhor nada literatura tem com política.Com certeza alguns não conhecedores do fenômeno literário me crucificarão.Não há problema,permanecerei com a razão.